If you had the time to lose
An open mind and time to choose
Would you care to take a look
Or can you read me like a book? (Iron Maiden - Somewhere in time 1986)
Ciberespaço
Levy (1999) esclarece que cibercultura “não é a cultura dos fanáticos da Internet, é uma transformação profunda da noção mesma de cultura”. E completa: reflete a “universalidade sem totalidade”, algo novo se comparado aos tempos da oralidade primária e da escrita. É universal porque promove a interconexão generalizada, mas comporta a diversidade de sentidos, dissolvendo a totalidade. Em outras palavras: a interconexão mundial de computadores forma a grande rede, mas cada nó dela é fonte de heterogeneidade e diversidade de assuntos, abordagens e discussões, em permanente renovação. Para o autor, as tecnologias não determinam, mas condicionam as mudanças à medida que criam as condições para que elas ocorram. O movimento social que deu origem ao ciberespaço (nascido do desejo de jovens ávidos por experimentar novas formas de comunicação e só depois resgatado pelos interesses da indústria) e as grandes tendências de evolução (técnicas sobre a interface e o tratamento, memória e transmissão das informações) são freqüentes em seu discurso que a cibercultura é um problema a se resolver.
Cibercultura
“Vivemos uma nova conjuntura espaço-temporal marcada pelas novas tecnologias digitais- telemáticas onde o tempo real parece aniquilar, no sentido inverso à modernidade, o espaço de lugar, criando espaços de fluxos, redes planetárias pulsando no tempo real, em caminho para a desmaterialização dos espaços de lugar”. (LEMOS, 2003, p.3)
“A cibercultura será uma configuração sócio-técnica onde haverá modelos tribais associados às tecnologias digitais, opondo-se ao individualismo da cultura do impresso, moderna e tecnocrática. Com a cibercultura, estamos diante de um processo de aceleração, realizando a abolição do espaço homogêneo e delimitado por fronteiras geopolíticas e do tempo cronológico e linear, dois pilares da modernidade ocidental. No entanto, esta conectividade generalizada não é isenta de críticas”. (LEMOS, 2000, p. 77)
“A cibercultura que se forma sob os nossos olhos, mostra, para o melhor ou para o pior, como as novas tecnologias estão sendo, efetivamente, utilizadas como ferramentas de uma efervescência social (compartilhamento de emoções, de conviviabilidade e de formação comunitária). A cibercultura é a socialidade como prática da tecnologia”. (LEMOS, 2000, p. 96)
“Corresponde ao momento em que nossa espécie, pela globalização econômica, pelo adensamento das redes de comunicação e de transporte, tende a formar uma única comunidade mundial, ainda que essa comunidade seja - e quanto! - desigual e conflitante. (LÉVY, 2000, p. 249)
Para a próxima aula:
Leia Pierre Levy (O que é virtual?) e discorra sobre:
• Cibercultura / ciberespaço
• Realidade / Possibilidade / Atualidade / Virtualidade
• Inteligência coletiva
• Desterritorialização